OS OITO ANOS DE AÉCIO. O QUE ELE FICOU DEVENDO À ZONA DA MATA - III

No conjunto das ações governamentais, os resultados para a Zona da Mata ficaram muito aquém do que poderia ter sido feito. E o pior: Aécio tinha todos os instrumentos nas mãos para fazer uma "revolução " na região, como veremos a seguir.

Me lembro que um dia encontrei, no carnaval do Rio, com membro importante do governo Aécio, e eu fui logo reclamando da falta de iniciativas para a Mata Mineira. Além de ter sido "repreendido" por não ser aquele um momento adequado para se fazer demandas políticas, as reivindicações deveriam partir dos Deputados da região, assim como fazem os demais ".

Engoli seco, pois o que a pessoa me disse, era, a rigor, verdadeiro. E olha que a minha colocação aconteceu ainda no primeiro mandato do Aécio. Se olharmos com atenção a ação de nossos Deputados, estaduais e federais, teremos como resposta, um grande vazio.

Por exemplo, o que conseguiram para Juiz de Fora, sob o plano macro-econômico , custódio mattos, Sebastião Helvécio, Marcos Pestana, Paulo Delgado, Biel, Júlio Delgado, Marcelo Siqueira, quando Deputados? Nada, absolutamente nada. Refiro-me à novas estradas, atração de capitais, novas empresas, legislação fiscal competitiva etc.

Marcelo Siqueira, apesar de sua boa vontade, nos dá um grande exemplo da absoluta falta de prestígio de nossos representantes: há oito anos, ele vive me dizendo que o aeroporto regional "agora decola ..."

Em resumo, a pergunta é: qual foi o único grande projeto de incentivo a retomada do desenvolvimento da Mata Mineira, realizado por um desses parlamentares? Algum deles reclamou pela ida do Porto Alfandegário que deveria ficar em Juiz de Fora , e foi para Uberlândia? Não, nenhum dele falou , sequer, um "que pena " .

Trabalharam em conjunto? Pressionaram em conjunto? Algum deles falou sobre a importância do aeroporto regional da Zona da Mata, como principal instrumento para a retomada de nosso desenvolvimento? Não, nenhum deles falou absolutamente nada, muito menos apresentou soluções e/ou sugestões para a recuperação da abandonada e absolutamente decadente economia da região.

E o aeroporto, continua, depois de oito anos, completamente abandonado. Foi preciso o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, propor que os correios instalem um terminal de cargas no aeroporto, para que ele comece, finalmente , a operar dentro de três meses, no máximo. Quem afirma é o proprio Hélio Costa, e o Diretor dos Correios, o biquense, Marco Antônio. Voltaremos ao assunto no próximo artigo da série.

Que se saiba, a grande obra de custódio matos, como Secretário de Desenvolvimento Social , em Juiz de Fora, foi a construção de 12 banheiros em casas construídas em mutirão, e bolsa escola para 50 alunos! Se alguém souber de mais alguma obra realizada por custódio, favor dizer, para que eu possa consertar meu erro.

Outra destinação de verbas parlamentares é a UFJF. Nossos representante tem fixação em conseguir verbas para a UFJF. Louvável, mas acho, no mínimo, interessante se conseguir verba até mesmo para Jardim Botânico, como se isso fosse uma obra excepcionalmente importante para o nosso desenvolvimento

Pelo menos isso é o que eu leio e vejo. Projetos para a atração de capitais, não vi nada. Absolutamente nada.

José Serra, em seu discurso de despedida (já aviso que não voto nele), falou um negócio interessante. Mais ou menos o seguinte: "em nosso governo, apoio político não significou nomeações para cargos públicos , e para direção de empresas estatais" Em nosso governo, negociava-se o desenvolvimento".

E em Minas, o que aconteceu , e acontece, é exatamente o contrário. Tudo aqui é negociado na base do "toma lá, dá cá". Vide a prefeitura de Juiz de Fora, um exemplo espetacular para se entender como se faz "política de desenvolvimento econômico" em Minas : Sebastião Helvécio retirou sua candidatura a prefeito, recebendo em troca uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado, além da nomeação de dezenas de cargos no governo custódio. Resultado: conseguiu tudo o que quis, e a cidade continua a mesma coisa. Aliás, cada vez pior.

Adriene Andrade, esposa de Clésio Andrade, ex-vice-governador no primeiro mandato do Aécio, também negociou para ela uma cadeira no Tribunal de Contas, mediante a retirada de sua candidatura ao Senado, cedendo a vaga para a eleição de Eliseo Rezende. Teríamos dezenas de outros exemplos para citar, que provam a "maneira mineira de se fazer política.

Por isso, e por tantas outras , ou seja, por absoluta falta de iniciativas, e sobretudo de PRESSÃO, nada acontece na economia da Zona da Mata mineira. E por isso, também, uma só desastrosa consequência: FOI A REGIÃO QUE MENOS CRESCEU NO GOVERNO AÉCIO, E A QUE MENOS CRESCE EM MINAS GERAIS , NOS ÚLTIMOS 25 ANOS !


Continua.