Não posso desperdiçar a coincidência. Agências internacionais de notícias anunciaram que algumas das mais importantes instituições ambientais do continente pretendem propor ao presidente Lula que ele assuma, sem delegações, a missão de salvar a Amazônia de um grande e próximo desastre. Pois, exatamente um ano atrás, escrevi neste espaço em defesa dessa tarefa pessoal do presidente. Reedito trecho daquele texto, que, sem maiores pretensões, acabou se antecipando ao que agora se propõe:
“Tem-se observado nos debates sobre o destino da Amazônia a variação desde manifestações do patriotismo alegórico até a total insensibilidade diante dos reais interesses da natureza. É em nome da racionalidade que me parece oportuna a intervenção pessoal do presidente da República. A região não pode ser tratada apenas como a floresta misteriosa e impermeável a empreendimentos sustentáveis, mas também não haveria de ser campo aberto e indefeso à intervenção estrangeira camuflada por algumas dezenas de ONGs”.
E, mais adiante:
“A mais rica reserva natural do planeta vem sendo confiada ao sabor dos embates teóricos, enquanto a depredação prossegue feroz. Como se diz, ficamos nos extremos: ou, como prega o ministro Mangabeira Unger, a Amazônia não é assunto para os ambientalistas, ou aquele deve ser território livre de nações indígenas”.
Com o temor das discussões polarizadas, além de divergências essenciais no próprio governo, “chegamos ao ponto em que o tema já devia estar sob a orientação do presidente da República, não apenas por causa de suas responsabilidades políticas, mas pelas prerrogativas de comandante supremo das forças armadas, dadas as evidentes conotações no campo da soberania”.
Assino de novo, um ano depois.
O.P.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
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