Ainda sobre José Fernando

Ontem comentei aqui sobre o deputado José Fernando de Oliveira, que a Comissão Mista de Orçamento da Câmara proclamou como grande gazeteiro: faltou oito vezes das quais cinco reuniões em sequência. Volto hoje a tratar dessa figura, que, para felicidade dos mineiros, tem uma reeleição muito difícil.

Trata-se de um caso clássico e típico de filho de político conhecido que, sem ter profissão ou oficio, só lhe resta ter mandato, desde que receba de papai herança financeira e eleitoral. Nos bastidores, dizem que Zé Aparecido teria dito a Aécio que "não era só o Danilo de Castro que tinha filho para ser eleito. Eu também". Aécio, mais uma vez mostrou que é um político de palavra e elegeu o menino Zé Fernando.

Ele apresenta certa dificuldade para concatenar ideias e raciocinar, com a velocidade necessária, os temas que são relevantes para o exercício parlamentar. Daí, certamente, o seu desinteresse pela Comissão do Orçamento, da qual é um dos membros.

Por ter prestado bons serviços ao Custódio, quando na última campanha para a prefeitura alugou seu caráter para o PSDB de Juiz de Fora, José Fernando de Oliveira poderá receber, uma vez mais, o apoio do governador. E por ter alugado o caráter tem uma fatura eleitoral a cobrar dos tucanos. Diz também que Custódio vai apoiá-lo na cidade. Mas se Aécio não ajudar, não se elege sequer vereador em Conceição do Mato Dentro, cidade natal do pai.

Zé Fernando não tem preparo intelectual nem prestígio pessoal para ser presidente do PV mineiro, e também aí só permanece no cargo por seu pai ter sido um dos maiores amigos do Sarney . O deputado Zequinha Sarney, filho do senador, é um dos principais dirigentes do PV nacional, e é quem vem bancando Zé Fernando em Minas.

Óbvio que essa imposição não agrada boa parte da bancada mineira. Agora, com a crise do Senado, vamos ver o que vai acontecer com o diretório do partido em Minas. Alguns deputados estaduais não querem mais Zé Fernando à frente do PV.


O. P.