quarta-feira, 22 de julho de 2009

O recesso jovem

Não são muitos, embora nem sempre facilmente identificáveis, os fatores que têm contribuído para evitar que a juventude conquiste maior participação na vida pública nacional ou mesmo manifestar-se sobre questões relevantes. E é exatamente o que corre para justificar certa preocupação das lideranças e das pessoas sérias deste País. Porque se são os jovens que em breve estarão assumindo as rédeas do poder e conduzindo os destinos do Brasil, seria necessário que fossem eles, desde já, os atores do enredo político, debatendo, criticando e exigindo, como também formulando novas ideias.

Um dos jornais do Congresso informou, há dias, que o senador Pedro Simon manifestara a mesma preocupação, indagando onde, afinal, estariam os moços, os sucessores daqueles que há alguns anos pintaram a cara e foram para as praças exigir o fim da corrupção. De fato, a nova geração ainda não se deixou tocar pela indignação, embora razões para tanto não faltem. Às vezes, na sua boa crença, minoria numericamente inexpressiva apenas se deixa levar por outros interesses, e participa de invasões, atos simbólico ou grita frases das ordens que recebe de seus manipuladores. E para por aí. Pena que na sua boa fé esses poucos se prestem ao papel de escudo de más intenções, quando deviam estar agitados em torno das verdadeiras causas nacionais.

Desconsiderados os casos isolados, realmente preocupa a distância que ainda separa o poder jovem das grandes questões, mesmo que a mocidade saiba que os equívocos e as ineficiências de hoje vão pesar sobre suas costas dentro de muito pouco tempo. É uma condenação inexorável, que devia ser tratada com a devida relevância pela juventude.


O. P.

8 comentários:

valdenir disse...

Omar, tem vários motivos para que os jovens percam o interesse pela vida pública no Brasil.
Primeiro é conseguir o seu primeiro emprego, desta forma, os jovens pensam em trilhar uma vida honesta mesmo sabendo que um emprego vai lhe render apenas R$400,00, liquidos, e como também a preocupaçao de nao perde-lo, pois ele foi conquistado com suor, lágrimas e quem sabe, até com humilhações.
Em segundo plano, vem a insegurança constante na vida dos cidadaos, isso mesmo, como alguem pode pensar em vida pública estando voltado para assegurar a sua própria vida.
Terceiro, e sabido por todos, que hoje, qualquer manifestaçao pública tem carater politico, e mesmo que estas manifestações atinjam os seus objetivo diante das denuncias, eles sabem muito bem que quando essas denuncias chegam a serem apuradas e julgadas pelo nosso Parlamento, o resultado termina sempre em pizza.

luis disse...

"O QUE MAIS PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS VIOLENTOS, DOS CORRUPTOS, DOS DESONESTOS, DOS SEM CARÁTER, DOS SEM ÉTICA. O QUE MAIS PREOCUPA É O SILÊNCIO DOS BONS." Martin Luther King
Embora tenhamos consciência da necessidade de uma participação ativa dos jovens na política nacional, hoje está muito difícil motivá-los para tal. Perguntas que deveriam fazer parte do seu contexto, tais como: O que é democracia? A justiça é realmente justa? As leis são cumpridas? ...Todas essas perguntas caem num vazio e são gravemente "atropeladas" pelos escândalos que têm assolado o país nos últimos tempos.
Nós não conseguimos discernir se os escândalos são numericamente enormes, ou se a velocidade da informação contribui para elamear o país. O fato é que fica muito complicado estimular qualquer participação jovem na´s decisões do País.
Só para termos idéia, se analisarmos em âmbito local o que vimos na última eleição? Um "belo" exemplo de desonestidade política, respaldada pela impunidade. O que vemos no nosso cotidiano? Uma prefeitura "inchada" de cargos de " confiança", um legislativo que " comunga" na mesma cartilha do executivo, projetos sendo aprovados na calada da noite e outros,feitos no governo anterior considerados excusos e renovados pelo executivo atual...E as autoridades competentes NADA sabem e NADA vêem!!
Diante desse quadro, eu pergunto: É possível despertar nos nossos jovens o interesse pela política?
Eu fui cara pintada e sempre procurei participar da vida pública do meu país. Chorei ao ver o meu candidato, um metalúrgico pobre, chegar ao poder. E hoje, eu choro novamente ao ver que esse mesmo metalúrgico em quem eu depositei a minha confiança, conseguiu me tirar a capacidade de sonhar.

João Fagundes disse...

Os "jovens" estão aí.

Rodrigo Mattos - 30 anos - 3.449 votos em 2004 e 3.659 votos em 2008 - acusado de ser dono de mandato e ao invés de honrar o voto sagrado que lhe "confiaram" fica passeando no exterior.

Vitor Valverde - Não tão jovem assim, pois já contabiliza 40anos. Nunca recebeu um voto na vida, mas entra prefeito, sai prefeito, tá esse cancer instalado na Prefeitura. Nunca trabalhou em qualquer lugar que não fosse o serviço público, mas curiosamente nunca passou em um concurso sequer. Nem no exame da OAB. Tanto que formou aos trancos e barrancos numa faculdade particular de Direito, mas não é advogado. Tá aí, insatisfeito com o salário de mais de 12 mil reais que recebe a ponto de dar o nome do pai como funcionário fantasma da Assembléia e embolsar mais 8 mil mensais, segundo acusações não respondidas por ele. Nunca recebeu um voto na vida, mas entra prefeito, sai prefeito, tá esse cancer instalado na Prefeitura.

Bruno Siqueira - é outro. Em 2000 teve 2.937 votos, em 2004 , 3.775 votos e em 2008 teve 6.483 votos, a maior votação da cidade às custas sabe de quê? Basta ir em qualquer botequim dos bairros e perguntar.

Portanto, com o quadro que aí está, os jovens que tem vergonha na cara infelizmente se afastam da política a tal ponto de até mesmo não querer votar. E abre espaço pra essa bagunça, de escandalo atrás de escandalo, roubalheira, favorecimento pessoal etc.

Seria cômico se não fosse trágico.

LÉO PEIXOTO INFORMA disse...

Muito oportuna seu texto sobre a participação do jovem na politica. Durante muito tempo, tentei obter espaço dentro de um partido. Impossível, as velhas lideranças não permitem, a não ser que seja legado de pai pra filho.

OMARGASPARETTE disse...

Omar,
A juventude poderia ser um político novo. Veja , o exemplo a baixo:
Li recentemente um folder elaborado pelo Vereador Júlio Gasparette. No mesmo há duas ponderações importantes e cruciais ao desenvolvimento de Juiz de Fora:

1) Um aeroporto que não decola - seria importante dirigir esta pergunta ao nosso Ex-Presidente, Ex-Governador, Ex-Senador e Ex-Prefeito Itamar Franco. Itamar por que ?????????

2) Expominas - Um elefante branco! Tem tudo e não tem nada!

Por que ??? Perguntaria ao Auxiliar o Itamar ,Marcelo Siqueira,que é pai no Vereador Bruninho...

Parabéns Júlio Gasparetti!Pois, você tocou na ferida que ninguém tem coragem de mexer!!!!

Uma boa dobradinha:

OMAR - DEPUTADO FEDERAL
JULIO GASPARETTE - DEPUTADO ESTADUAL....

P.S-

Itamar político que não conseguiu nem terminar um aeroporto;
Marcelo Siqueira um assessor que também não consegue desenrolar o EXPOMINAS.

COM A PALAVRAS OS DOIS...

Anônimo disse...

Omar, você tem twitter?

Anônimo disse...

Sabe o por quê, Sr. Omar?? Porque para ser politico hoje; ou se é bandido, ou vai conviver com 90% de bandidos e gente da pior espécie. Terá sua vida devassada e perderá totalmente sua privacidade! Ainda que tenhas a melhor das intenções e seja um trabalhador decente e honesto, vai ser tratado pelos outros como se fora um desses Custódios, Bejanis, Sarneys e Edmares Moreira da vida.
Respeito muito o senhor e sei que com esse sacrifício de tentar fazer algo em prol da sociedade é digno de menção honrosa, prova de autruísmo.
Mas eu que sou relativamente jovem, tenho 38 anos, tenho uma bagagem cultural privilegiada, apesar de ter vindo da periferia de uma cidade do interior, ter curso superior e pós-graduação, não teria mesmo estômago para aturar os tapinhas nas costas e as "puxadas de tapete" dos supostos colegas de política.
Aliás, politica é o que é menos feito no Brasil, como dira Machado de Assis, o que reina é a politicagem, com pê minúsculo.
Guilherme Carvalho.

Anônimo disse...

O espaço para os jovens nas questões políticas e sociais do país ainda não passa nessa década pela tomada de consciência política. Quem são os caciques da política no Brasil?
Os mesmos que durante todo o período da ditadura militar estiveram no poder. E pasmem muitos que hoje ocupam as tribunas nas Assembléias e no Senado, coabitaram e aprovaram as medidas do autoritarismo.
Há também os que dizem que o clã familiar está no poder político desde do tempo do Império, e são os pioneiros da República. Certa vez dentro dessa ótica de articulações fiz o seguinte comentário: "Pôxa seu clã está na política há séculos e vocês deixaram o Brasil seguir nessa direção, de pobreza e miséria e país subdesenvolvido durante décadas?"
Foi um pequeno espaço de cala boca.
Há no universo dos jovens, um marasmo, falta de identidade com o Brasil, descrença na política, falta de oportunidade para viver lideranças, empobrecimento e enfraquecimento das áreas periféricas urbanas. E pior hoje em dia nos guetos, bastidores, nas rodas só se fala que política é para quem tem dinheiro, poder e não para quem tem ideal ou militância. Até o PT teve que se enquadrar.
Mas a vida é uma grande roda e gira, e nesse circulo as coisa vai e vem e há mudanças de paradigmas, de expressão e vontades.
Observem que a humanidade em toda parte do planeta está em xeque, e será a consciência política das próximas gerações que irão definir se estaremos ou não aqui.
O capitalismo desenfreado, o consumismo extremo, a produção de tudo que há para satisfazer o poder econômico, terá que enfrentar desafios jamais vividos pela humanidade.
Porque se isso não acontecer, o que será das estátuas de pedra e bronze espalhadas por aí? E as biografias e medalhas de beneméritos distribuídas? Não haverá motivas para elas porque não farão história.
De que valerá tantos pálacios se não houver a quem se destinar?
Esse é o verdadeiro compromisso de cada jovem, encontrar o caminho para participar da política em cada canto desse país para num futuro bem próximo discutir os rumos da humanidade. O Homem precisa garantir suas necessidades básicas, suas fontes de energia natural (água e alimento) e estabelecer métodos de convivência em sociedade, não essa que dividiu o Ser em prósperos e mendigos.
Mas por enquanto aqui em Juiz de Fora se está pensando em vencer as campanhas de 2010, 2012, e aumentando o número de políticos corruptos nos quadros da política brasileira.