segunda-feira, 27 de julho de 2009

Reavaliando os programas sociais

Em artigo recente, procurei questionar a política de assistencialismo que o governo federal vem realizando através dos programas denominados Bolsas, mas sempre tomando cuidado de deixar claro que não faço qualquer ressalva aos objetivos desses programas, até porque me parece lógico apoiar iniciativas que pretendam oferecer alimentação mínima a milhões de pessoas famintas, que lutam para sobreviver nos muitos bolsões de miséria deste País. Não sendo contra, em relação aos objetivos imediatos, acho necessário consignar as preocupações decorrentes da política social que vem sendo adotada, ainda mais agora, pois na semana passada o presidente anunciou eu serão injetados novos e o gordos recursos para as contas das famílias pobres.

São cada dia mais numerosos e preocupados os estudiosos desses programas, quase todos seus críticos, sobretudo pelo fato de essa ajuda ter o sentido de esmola, desejosa apenas de matar a fome do momento, sem qualquer preocupação com a dignidade humana, que vai um pouco além do generoso prato de comida.

Quando se analisam esses programas de distribuição de alimentos indaga-se o que, afinal, estamos vendo no Brasil dos nossos dias?. Em primeiro lugar, é motivo de preocupação o fato de que tais benesses não exigem contrapartida, o que é inaceitável quando se trata de recursos públicos. Qualquer investimento com dinheiro de impostos pressupõe um resultado, um retorno em nome do interesse coletivo.


De outro lado, tirante o resultado imediato pretendido, tem-se na conta de outro fator preocupante o governo pretender matar a fome do cidadão faminto, mas descuida de sua cidadania, que, como se disse, está longe de ser apenas a "mesada" oferecida. Pergunta-se que cidadão é esse que estamos criando? Essa esmola mata-fome seria eterna? E o que será da geração dos filhos desses que hoje recebem o dinheiro correspondente à cesta básica? Serão eles os pobres brasileiros que cresceram aprendendo com os pais que trabalhar não é preciso, porque passaram a vida sob a proteção das benesses de um estado que tudo pode. Ora, para que trabalhar, estudar e aprender se o governo provê o mínimo necessário e sem nada pedir em troca?

Estas questões devem ser levantadas, com responsabilidade e seriedade, no momento em que Lula vai caminhando para o último ano de seu mandato. E o que não quiser ou não puder corrigir agora ficará como herança para seu sucessor.


O. P.

5 comentários:

SERGIO PASTOULO disse...

Segundo palavras da secretaria de saúde de juiz de fora em relação a reportagem do fantástico sobre os presos que estão ocupando leitos no HPS, a culpa recai nas costas do secretário estadual de saúde Sr. Marcos Pestana condidato a deputado, do Sr. Antonio Jorge também candidato e do candidato a presidente Sr. Aécio Neves pois não criam hospitais
Para os detentos. Os juízes e promotores estão cumprindo a obrigação deles que é garantir os direitos do povo e dos detentos .
Devemos cobrar desses candidatos que estão no poder solução imediata.
Fazendo um exercício de futurologia eles estarão prometendo estas soluções nas campanhas do próximo ano, mas se estão no poder a tanto tempo onde esta as soluções.
Não vamos deixá-los nos fazer de trouxas vamos cobrar solução agora.

João de Deus disse...

Programa social muito bem sucedido já acontece aqui em Juiz de Fora. É o programa "Vitor Vitória Valverde", que nunca trabalhou na iniciativa privada, nunca foi candidato a nada e nunca passou em concurso público (nem pra UFJF, nem da OAB) e, mesmo sendo filho de professores, conseguiu juntar uma das maiores fortunas da classe política da cidade. Apartamento no Bom Pator, carro importado, mansão em Ibitipoca, mansão na BR040 e etc. Sem contar as viagens internacionais com "amigos", tudo por conta do programa Vitória.
Esse programa é tão bem sucedido que sai prefeito, entra prefeito, pouco importando q sejam adversários ferrenhos, tá lá o programa firme e forte. Foi assim com o Tarcísio, foi mais ainda com o Bejani, e agora é também com o Custódio.
Isso sim é programa social, fazendo os "pobres" ascenderem nas camadas sociais.

Anônimo disse...

Diz o ditado não dê o peixe, ensine a pescar. Há muito tempo, venho meditando sobre esse programa denominado Bolsa. E questiono, o que será dessa geração no futuro. Lembro de um programa no passado recente denominado Mobral, que caiu no esquecimento de muitos, dava a pessoa o direito de estudar, ou melhor, escrever o nome. O resto, quem o conheceu, já sabe ou pode imaginar. No programa bolsa, os jovens estão jogados nas praças, vielas e outros locais, fazendoi de tudo o que não é certo, menos estudar, aprender uma profissão, A eles não é feito nemhum programa para a pratica de esportes ou profissionais.Pergunto: o que será desses jovens no futuro?
É votar para continuar do jeito que está. Patrocinando o continuismo dos politicos envolvidos.

721 Nova Era disse...

Nunca antes neste País existiu um programa de compra de votos.

Anônimo disse...

Todo mundo se prontifica a falar quando o assunto é - responsabilidade social. Muito engraçado, quando o governo libera milhões para a iniciativa privada, para os bancos, para as pequenas, micro, médias e grandes empresas, ninguém tem uma opinião formada.

O que mais me assusta é o seguinte, quando milhões de brasileiros não comiam, ninguém na mídia, ou da elite - principalmente senadores e políticos da oposição - vinha a público repudiar. Quando o governo criou o prouni, ninguém sapateou ou gritou, simplesmente porque este dinheiro vai direto para iniciativa privada.

Os beneficiários dos programas sociais têm sim que prestar conta: filhos na escola, é o mínimo que se pede... Mas, eu, no lugar deles, também teria medo de mandar meus filhos às escolas Estaduais - fica uma dica: visitem as escolas estaduais de JF, são o verdadeiro reflexo da preocupação do palácio da liberdade com a região.