quinta-feira, 7 de maio de 2009

Desafios que põem a mesa

Foi mais ou menos há cerca de um ano. Observando que a zona rural vai se esvaziando rapidamente, com o campo sem atrativos sociais para reter a mão de obra, registrei minha preocupação com esse êxodo, e até recorria a uma história que ouvia, quando menino, dos velhos que formulavam previsões pessimistas em relação ao abandono das fazendas: dia chegaria em que as pessoas podiam ter dinheiro no bolso, mas não teriam o que comprar. Aqui mesmo na Mata, que talvez mais que qualquer outra região de Minas tenha sofrido as consequências da fuga, essa conversa era comum. Sem ninguém para plantar, de nada haveria de adiantar poder adquirir, pois a fartura já teria sido coisa do passado.

Hoje, sem que essa ameaça tenha se diluído no tempo, as preocupações podem aumentar, graças a outros fatores de infortúnio. É o caso do descontrole das condições atmosféricas, as secas e enchentes fora de hora, as políticas de estímulo ao plantio, quase sempre voltadas apenas para as grandes empresas que controlam o agronegócio, num conjunto negativista que precisa ser objeto de maiores atenções. Sob pena de, dentro de mais algum tempo, perdermos o pouco que ainda temos na zona rural.

Não apenas no Brasil, mas nos pontos mais diversos do planeta, a questão dos alimentos e das escassas áreas agricultáveis vai assumindo proporções preocupantes. O primeiro desafio, do qual também nós brasileiros não escapamos, é, que, como disse acima, estamos vivendo a desorganização dos fenômenos naturais, com graves sacrifícios para a produção: as chuvas mostram-se devastadoras, os ventos já não batem a menos de oitenta quilômetros, o gelo que derrete no polo não se converte em água nas regiões onde era preciso que isso acontecesse. Os incêndios espontâneos e as secas calamitosas estendem cada vez mais suas fronteiras. E o fim de tudo isso é o risco de faltar o que comer, que antes era ameaça para os muito pobres e agora pode se abater sobre todos.

8 comentários:

blog ze dirceu disse...

Voto uninominal e financiamento privado:

regra mortal
Nesse recomeço de debate sobre a reforma política...
Nesse recomeço de debate sobre a reforma política, são risíveis os argumentos contra dois dos principais pontos incluídos na proposta de mudança: o financiamento público de campanha eleitoral e o voto em lista fechada ou flexível.

Sobre o financiamento público, os críticos afirmam que sua instituição não coíbe o Caixa 2. Apoiar-se neste argumento é o mesmo que dizer que a penalização e criminalização do furto, roubo ou homicídio não impedem a prática desses crimes, uma obviedade que esconde a realidade.

A campanha como é hoje, com voto uninominal, é cara e financiada pelas empresas. Cada candidato é uma campanha e todos disputam contra todos no mesmo partido. Com o voto em lista fechada ou flexível como defendem muitos, ela será uma só campanha, 10 vezes mais barata e fácil de fiscalizar.

Além disso, o financiamento público acaba com a dependência do eleitor com o financiador (o doador). Ele dá transparência às relações com as empresas no parlamento, a partir de interesses gerais e não de emendas, cargos e obras.

Na reforma política a oposição ao voto em lista - fechada ou flexível - é pura hipocrisia. Hoje, quem define quem é candidato são os partidos.
Com a reforma, o partido fará a lista, a lei exigirá a votação desta e a ordem será estabelecida pelo voto dos filiados, respeitada a proporcionalidade. Assim, não é verdade que as cúpulas partidárias - hoje, à exceção do PT, são elas que escolhem - escolherão e organizarão a lista.

Além disso, no Brasil já existe o voto na legenda e o cidadão só pode ser candidato se for filiado a um partido. E agora com a fidelidade partidária instituída pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o eleito não pode trocar de partido sem perder o mandato.

Dada a posição dos demais partidos, espero que o PT, o PMDB e o DEM, junto com o PC do B e o PPS, sustentem as propostas de lista fechada ou flexível e o financiamento público misto - com doações de até R$ 1.000,00 para pessoas físicas como defende o presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), dada a posição dos demais partidos.

O PSDB já se dividiu; o PSB caminha para ser contra o voto em lista; o PDT e o PTB vão ficar contra; o PP e o PR estão contra (o que é mais do que natural) - no caso do PR a questão situa-se no prazo para que a lei entre em vigor, se em 2014 ou 2016.

http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=11&Itemid=37

Estamos de olho disse...

Ministério Público no pé da Editora Abril

O Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola. O valor da obscura transação é de R$ 3,7 milhões e soma-se a outras negociatas entre o tucanato e o Grupo Civita, que também publica a revista Veja, principal palanque da oposição ao governo Lula. Se levadas a sério, as investigações do MPE poderão atrapalhar as ambições do presidenciável José Serra.

O promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, designado para o caso, oficiou o órgão do governo estadual responsável pela transação, solicitando que esclareça os motivos da contratação sem licitação e cogitando, inclusive, a suspensão do pagamento. Além disso, ele solicitou que a Associação dos Professores do Ensino Oficial (Apeoesp) informe se foi consultada na escolha da revista Nova Escola e se ocorreram reclamações dos docentes em função do fornecimento, sem consentimento, de seus endereços particulares. Por fim, notificou outras editoras que atuam no ramo educacional, consultando-as se teriam condições de participar de um processo licitatório caso este tivesse sido aberto.

Serra e Civita, uma relação obscura

Para Ivan Valente, o despacho inicial do Ministério Público já é uma vitória do movimento dos professores frente aos desmandos do governo José Serra na área da educação. “Vamos acompanhar a tramitação do processo e pressionar para que os responsáveis por esta contratação, que lesa os cofres e os interesses públicos, sejam punidos com o rigor da lei”. Ele lembra que a Secretaria de Educação desconsiderou a existência de outras publicações da área, beneficiando a Editora Abril, não consultou os professores e passou para uma empresa privada os seus endereços pessoas, permitindo inclusive outras destinações comerciais com seus dados particulares – o que é ilegal.

A compra de 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do “barão da mídia” Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio a este ao grupo direitista. O governo José Serra apresentou recentemente proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas em edições encalhadas do “Guia do Estudante”, outra publicação da Abril. Como observa do deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo, tendo até mesmo publicações adotadas como material didático. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.

fonte:
http://altamiroborges.blogspot.com/

BRASÍLIA INESQUECÍVEL disse...

Não deixa de ser curioso constatar o clima de Baile da Ilha Fiscal que cercou, literalmente, a impressionante manifestação popular levada à cabo na noite de hoje, 6 de maio de 2009, na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, aqui em Brasília. Logo cedo, o ministro Gilmar Mendes, alvo dos manifestantes, mandou colocar cercas em todo o perímetro do STF com a inacreditável desculpa de que seria preciso preservar o ambiente para um evento noturno, a apresentação de um anuário jurídico publicado pelo jornalista Márcio Chaer, do site Consultor Jurídico. Chaer e Mendes são amigos, mais que amigos, fraternos aliados empenhados em uma simbiose ideológica travestida de relação jornalística. Difícil é definir quem é a fonte de quem.

Quis o destino que a tertúlia do Conjur, montada para dar um ar de naturalidade a uma noite de protestos anunciados, surtisse um efeito perversamente oposto, alçada que foi a farra a pano de fundo perfeito para as luzes de milhares de velas acesas em frente ao STF. Graças ao convescote, os manifestantes puderam perceber a presença física, ainda que à distância, de Gilmar Mendes. Àquela altura, o presidente do STF já estava amargamente arrependido de ter apostado no fracasso da manifestação. Mais cedo, ele havia relegado o movimento a uma ação de inimigos dos quais, em mais uma de suas declarações infelizes, disse se orgulhar. Com Mendes na mira, vieram as palavras de ordem, gritadas a pleno pulmão. Ele ouviu.

Coisa linda é uma manifestação noturna com 10 mil velas. Pelo menos duas mil pessoas passaram pela Praça dos Três Poderes para participar, olhar ou só constatar o que estava acontecendo em meio àquela alegre balbúrdia de luz. Os carros normalmente indiferentes ao rush da capital federal buzinavam, em apoio aos manifestantes. Pessoas desciam dos ônibus para prestar solidariedade. Ele viu. Que ninguém se engane. Esta noite, algo se quebrou em Brasília.

fONTE: Brasília, eu vi.

Anônimo disse...

O Caminha já relatava para o rei de portugal, nesta terra tudo plantando dá. Dá politico se lixando para a opinião pública. Dá lei de gerson.Da mensaleiro. Da propinoduto. Dá CPI em pizza. Dá impunidade.É por isso e outras coisas que a violencia não para de crescer. Está na hora dos politicos e a sociedade se organizarem, refletirem e dá um basta. Lugar de politico ou agente publico corrupto é na.....
Vamos arar a terra, limpar o terreno, e plantar a boa semente e colher os bons frutos.
Precisamos ater a proposta "Desafios que poem a mesa"
se não: o avô rouba, o filho come, e os netos morrem de fome.
Se não der condiçôes ao homem do campo, não fixa-lo a terra, ele virá para a cidade e não havera plantaçoes, e mudará para a cidade em busca do sonho do eldorado, e verá que será mais um nos bolsões da miséria.

Anônimo disse...

Otima esta materia acima Brasília, eu vi, pesquisando encontrei o texto que segue abaixi:

O povo vai as ruas contra o pior presidente do STF. Gilmar Mendes, cobra criada e colocada no STF por FHC .Gilmar Mendes é mais uma herança maldita de FHC
Com velas acesas, manifestantes protestam contra Gilmar Mendes
Agência Brasil: Brasília - Cerca de 300 representantes de movimentos sociais e partidos políticos promoveram na noite de hoje (6), na Praça dos Três Poderes, uma manifestação pacífica pela saída do ministro Gilmar Mendes da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).O movimento recebeu o nome de “Gilmar Dantas: saia às ruas e não volte ao STF”, em alusão aos habeas corpus concedidos por Mendes ao banqueiro Daniel Dantas, quando este foi preso na Operação Satiagraha, e a uma frase usada pelo ministro Joaquim Barbosa em recente discussão com Mendes no plenário do tribunal.Os manifestantes acenderam milhares de velas ao redor de uma bandeira brasileira e em toda a extensão da praça, além de entoarem refrões contra o presidente do STF.“O Judiciário brasileiro ainda não é transparente e a gente acha que tem que ser iluminado. Para isso tem que ter novas figuras. O ministro Gilmar Mendes representa uma parcialidade que não se coaduna com o seu cargo”, afirmou o cientista político João Francisco Araújo, idealizador do movimento. “Fazemos um convite para que ele [Mendes] se retire [do STF]”, acrescentou Araújo.O P-SOL apoiou a manifestação, com parlamentares presentes e militantes segurando faixas com a inscrição “Xô Gilmar Mendes”. A deputada federal Luciana Genro (RS) ressaltou que a simbologia do protesto já seria significativa, mesmo que a saída de Mendes da presidência do STF não aconteça. “É muito importante essa consciência, que vem se desenvolvendo na sociedade, de que o Supremo não é intocável. De que aqueles homens e mulheres que lá estão têm que prestar contas à sociedade de seus atos e não podem ficar isolados numa redoma de vidro, distantes da opinião pública”, disse Luciana. No momento do protesto, Gilmar Mendes e vários outros ministros participavam no STF da cerimônia de lançamento do \ , publicação do site Consultor Jurídico. Do salão em que as autoridades se encontravam era possível avistar a manifestação, ouvir gritos e apitos. A assessoria de imprensa do STF informou que Mendes não iria se pronunciar novamente em relação ao protesto. Pela manhã, em evento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Mendes disse que não se incomodava com eventuais manifestações contrárias á sua gestão. No fim do ano passado, Mendes chegou a afirmar, em uma entrevista coletiva, que "os protestadores” contra a atuação dele “não enchem uma Kombi”

Postado por Jussara Seixas

Anônimo disse...

Deputado pagou com dinheiro público ligações para disque-sexo, acusa MPF

Na gestão de Sérgio Moraes (PTB-RS), prefeitura pagou telefone do pai.
Deputado afirma que telefone era de armazém e dinheiro era ressarcido.

O deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) é réu em um processo no Supremo Tribunal Federal com pedido de condenação pelo Ministério Público Federal por utilizar-se de bens ou rendas públicas em proveito próprio ou alheio, em 1997, quando ocupava a prefeitura de Santa Cruz do Sul (RS).

Na acusação, o MPF afirma que até contas de ligações para números de "conteúdo pornográfico", conhecidos como disque-sexo, eram pagas com dinheiro público. O deputado afirma que o telefone era de um armazém, que pertenceu a seu pai no passado, e que não tinha como controlar as ligações.

Moraes é relator no Conselho de Ética da Câmara do caso de Edmar Moreira (sem partido-MG). Ele ganhou espaço após dizer na quarta-feira (6) que Moreira é “boi de piranha” e fazer ataques à imprensa. Ele disse estar se “lixando” para a opinião pública e afirmou que a imprensa “bate”, mas ele “sempre se reelege”. Nesta quinta-feira (7) ele retornou ao plenário para reafirmar suas posições e fez ataques a uma repórter do jornal O Globo.

“Eu não morava, e meu pai também não morava mais nesta casa onde tinha o telefone, que era público. A prefeitura pagava e depois a comunidade ressarcia. Não temos como responder se tinha ou não ligações internacionais ou para disque-sexo”, disse o deputado ao G1.

Moraes afirmou que seu pai deveria ser homenageado por ter prestado um importante serviço à comunidade nesta época. “Além de tudo, o dinheiro que ele recebia das pessoas não cobria as despesas e muitas vezes tinha que completar para pagar a prefeitura. E acabou que o resultado disso é que eu estou sendo processado por meu pai ter prestado um serviço ao público”.

Reclamação: Câmara dos Deputados Federal disse...

Câmara dos Deputados Federal

SO PODIA SER NO BRASIL E EM BRASILIA...



Globo (Brasília):


Câmara se queixa do 'Casseta & Planeta'


Pressionada por deputados, a Procuradoria da Câmara vai reclamar junto àRede Globo pelas alusões feitas no programa 'Casseta & Planeta' exibido terça-feira passada.


Os parlamentares reclamaram especialmente do quadro em que foram chamados de 'deputados de programa '. Nele, uma prostituta fica indignada
quando lhe perguntam se ela é deputada? O quadro em que são vacinados contra a ' febre afurtosa' também provocou constrangimento.


Na noite de quarta-feira, um grupo de deputados esteve na Procuradoria daCâmara para assistir à fita do programa. Segundo o procurador Ricardo Izar (PMDB-SP), duas parlamentares choraram-coitadinhas. Izar se encontrará segunda-feira com representantes da emissora, para tentar um acordo, antes de recorrer à Justiça.


O presidente da Câmara também se disse indignado: - O programa passou dos limites.
Eles têm talento suficiente para fazer graça sem desqualificar a instituição (que instituição???),
que garante a liberdade para que façam graça.


O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, disse que a rede só se pronuncia sobre ações judiciais, depois de serem efetivadas.


Os humoristas do Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o assunto,dizendo não querer 'dar importância à concorrência' .


NOTA DE ESCLARECIMENTO


'Foi com surpresa que nós, integrantes do Grupo CASSETA & PLANETA,
tomamos conhecimento, através da imprensa, da intenção do presidente da Câmara
dos
Deputados de nos processar por causa de uma piada veiculada em nosso programa
de televisão. Em vista disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:


1.. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender as prostitutas .
O objetivo da piada era somente de comparar duas categorias profissionais
que aceitam dinheiro para mudar de posição.


2. Não vemos nenhum problema em ceder um espaço
para o direito de Resposta dos deputados. Pelo contrário,
consideramos o quadro muito adequado e condizente com a linha do programa.


3. Caso se decidam pelo direito de resposta,
informamos que nossas gravações ocorrem às segundas-feiras,
o que obrigará os deputados a ' interromper seu descanso .'


Equipe do Casseta & Planeta

Anônimo disse...

O Campo, a Zona Rural, sempre será a solução para o crescimento demográfico das grandes cidades, sustentabilidade econômica, desemprego e etc.
Mas como vc lembrou bem, Omar, que tipo de insentivo o cidadão da Zona Rural e "Pequenas Cidades do Interior" podem oferecer? Falo sobre insentivo para poder permanecer nessas cidades.

ACredito no desenvolvimento das expectativas. Explico.

Por exemplo: a criação de uma Escola Técnica e alguns Cursos Superiores nessas cidades, aumenta a EXPECTATIVA do cidadão do meio rural permanecer nessas cidades.

Cursos de Licenciatura (formar professores q já estão inseridos neste contexto rural), Técnicos em Informática, Administração, Téc em Contabilidade... Cursos necessários e que poderiam ser oferecidos lá também além dos famosos cursos ligados a AGROTECNOLOGIA.

Esses cursos, Faculdades, trazem com eles Bibliotecas, Computadores, formação de movimentos culturais, Seminários de Discussões, Desenvolvimento das Potencialidades dessa localidade.

Aumenta a EXPECTATIVA do cidadão do meio rural permanecer nessas cidades.

Criar uma certa independência neste caso é extremamente salutar e necessário. Acredito num ÊXODO URBANO.