segunda-feira, 3 de agosto de 2009

PAU NA CANALHA

Hoje lavei a alma com o artigo do Joaquim Ferreira dos Santos, no Globo. É que às vezes, em vista do conservadorismo de boa parte de nós mineiros , sinto que meus textos "chocam" alguns, pela forma incisiva e inapelável que trato essa elite vagabunda de Juiz de Fora, formada e composta por vários ramos de atividades, tais como os políticos, obviamente em primeiro lugar, mas também empresários, professores, jornalistas etc. , que se locupletam para ganhar algum, sempre, claro, nas costas do governo, com o dinheiro do povo.


Mostro em meu blog, minha liberdade, não como jornalista que não sou, mas como cidadão indignado com a decadência economica e a falta de ética das autoridades de nossa cidade e de nosso país. A indignação contra os Sarneys, contra os bejanis, contra os custódios, contra as liminares que tentam silenciar a imprensa livre; contra o continuismo e a falta de vergonha na cara dos políticos que fazem qualquer acordo para ganhar o poder (vide Bejani/custódio - Sebastião Helvécio/Bejani - custódio/sebastião Helvécio etc); contra o filhotismo; contra as falcatruas de empresários que permutam terrenos com a prefeitura e ganham milhões e ainda repassam gordas comissões para prefeito, e tantos outros exemplos que empurram o país para um abismo chavista.


E hoje, pelo artigo do Joaquim Ferreira dos Santos, colunista do GLOBO, vejo que não estou tão equivocado assim. O blog está certo em sua veemência, em sua liberdade " jornalistica". Por isso, tomo a liberdade de reproduzir alguns trechos do artigo , deste maravilhoso cronista carioca, sobre o "jornalismo livre" (grifos , negritos e caixa alta são meus) , que me deu a definição LITERAL DO QUE É O BLOG DO OMAR PERES : LIBERDADE !!!. Acho que todos vão concordar com o Joaquim e comigo:



"... Eu invejo o estilo literário da carta do leitor na página 6 do Globo. Ele é um suicida literário (no meu caso - seria eu um suicida politico ?), sempre prestes a cravar o peito de exclamações virulentas para que a autoridade inescrupulosa, chafurdando na lama da corrupção, tenha vergonha na cara e perceba o despropósito a que chegamos.

O jornal é a grande praça pública moderna, o local para se por fogo às vestes e gritar que foi ele, pega esse ladrão contumaz. Será que esse energúmeno engravatado, continua o leitor, não percebe que a cidade, essa pocilga, é um valhacouto de bandidos da pior espécie?!


Eu invejo, acima de tudo a boca cheia dessas cartas, todas prenhes do que os antigos chamavam de "sem papas na língua". Num mundo dominado pelos corretores de textos , que aproveitam a deixa e corrigem também as emoções, o verbo quente do leitor assíduo fica naquela faixa da eloquência que os editores pedem aos jornalistas profissionais para que seja evitada.


Eu acho que é justamente o que falta, O PAU NA CANALHA, o ovo podre na semântica, nas páginas dos jornais.


O leitor não tem medo de processo (eu- Omar - já tenho uma meia dúzia), não escreve sob o jugo dos manuais de redação e pegou para ele todos os pontos de exclamação que o jornalismo moderno acha brega. É a sua flecha no encalço dos bandidos. Ele mete bronca, usa o "é um absurdo!" como vírgula, e estamos conversados. Não precisa no dia seguinte se desmentir no mesmo espaço, com o mesmo número de linhas. É um homem livre. Já que a autoridade constituída se escondeu no gabinete, ele usa o verbo solto como se espetasse o dedo na cara do salafrário.


Nada de pose para agentes literários, nem aí para a academia. O leitor não discute a necessidade de diploma para escrever no jornal. Passa ao largo dos bons modos da prosa contemporânea e dos regulamentos de inscrição para o Prêmio Esso. Escreve com todas as letras. Ninguém presta. Todos os políticos são bandidos, pulhas da pior espécie. Até quando, senhor Prefeito ?


Eu sinceramente invejo a carta do leitor pela rapidez e clareza com que vai ao ponto. Gosto de sua desprentensão estilística, uma água límpida que deixa ver no leito do rio as pedras a serem atiradas no quengo dos que se locupletam nas falcatruas públicas. Bandalheira, despautério, chusma de calhordas. O leitor não deve favor nenhum a ninguém. Jamais almoçou no palácio, jamais recebeu uma informação de cocheira do prefeito. Se há governo, é contra - e era isso que estava escrito no inicio da profissão de jornalista.


A carta do leito é onde ainda se leva ao pé da letra o principio básico do negócio de imprimir informação, uma sabedoria cunhada há tempos por Millor Fernandes - " jornalista é oposição, o resto é armazém de secos e molhados" - e tão desprezada hoje.


De todos os textos que li semana passada nenhum me vibrou mais inveja do que o da carta da leitora Cristina Silva Borensztajn, publicado dia 28 na página 6 do Globo, com o título de "O namorado da neta". Cristina diz que " é um escárnio, um abuso e, acima de tudo, falta de respeito ao cidadão de bem ler nos jornais a frase esnobe do namorado da neta de Sarney'.


Os professores de comunicação deveriam exibir a carta de Cristina em suas salas aulas como exemplo de estilo a ser perseguido. Um primor de fluência. Ela cita a tal frase, uma bobagem do pobre coitado atracado ao cargo que o senador lhe nomeou secretamente e continua apertando a sua jugular: "um fedelho". Cristina finaliza na jugular do Sarney: " Isso não é um Senado".


Eu invejo do fundo da redação, já que o coração não é mais de bom tom escancarar em público, essa veemência cívica, essa urgência de justiça, esse sangue que pulsa nas veias das vírgulas da carta do leitor. Era mais ou menos essa a trinca santa do jornalismo, e que se foi ajustando às necessidades de mais elegância no texto, mais cuidado na percepção dos códigos jurídicos e menos personalidade autoral nas matérias.


Se os jornais e revistas dão a impressão de terem sido preenchidos por uma única pessoa, na carta dos leitores pululam as personalidades. É liberado o culto das idiossincrasias. É permitido desconfiar de tudo, até mesmo da integridade do jornal, e gritar o que estiver doendo do jeito que aprouver o vernáculo.


Há entre os leitores quem ache a policia do Rio uma súcia. Outros, deletéria. Sobre a Câmara há unanimidade. Só ladravaz. Onde já se viu! Assim não dá!


Chega de jornalismo bem comportado, com bençãos ao ombudsman e elogios ao senhor doutor.


EU QUERO O ESTILO DESABUSADO DA CARTA DO LEITOR, A CAMA DAS EXCLAMAÇÕES EM QUE A INDIGNAÇÃO PÚBLICA JAMAIS DORME CALADA.


Eu também, Joaquim, quero a mesma coisa. Por isso o blog do Omar Peres e a coluna a "boca do do povo" será sempre a "cozinha" da redação, a liberdade em forma de palavras. Obrigado por seu artigo. Lava a alma.

8 comentários:

Anônimo disse...

Também li Omar e sou "escritor" de cartas para jornais há décadas,os do Rio sempre publicaram o que mandei, já os daqui... e tem mais: gosto muito de reticências e de pontos de exclamação!!! e não sigo nenhum manual de redação.Mas bato pesado, o anonimato aqui no blog é porque acabou se tornando a norma (bom, fora isto, fora as normas também!!!, exceto a Benguell... claro)

Anônimo disse...

E por falhar em Canalha caro Omar Peres, em Juiz de Fora tem um que o é até no nome! Eu me refiro ao Francisco Canalli que se locupletou de um carguinho na Secretaria de Esporte (e ele nunca jogou sequer bolinha de gude), só pra embolsar R$ 7.000,00. Pra acabar de ferrar o "evangélico" de araque ainda esta se unindo ao pessoal da (ADJF HANDEBOL), para juntos tomarem mais um pouquinho da PJF. Isso porque depois de terem cortado mais de 50 contratações de profissionais de educação física pela SE (Secretaria de Educação), os expertões vão contratarr com repasse da Prefeitura via Associação cerca de 30 professores, Uma espécie de guarda mirim de professores! kkk
Só me faltava essa pra acabar de acabar com esporte de nossa cidade, pois além de um Secretario banana (Renato Miranda), agora tem um Sub Secretário expertalão, coleado com os bons mocinhos da ADJF.
E depois criticavam você que foi o único depois do saudoso Mauricio Batista de Oliveira (SEG),e do Guilherme Sarmento (Coca Cola) a fazer algo pelo esporte de Juiz de Fora.

jorge disse...

Muito lindo o artigo! Isso me fez lembrar um grande Mestre que me deu aula de didática da linguagem. Ele dizia que é profundamente sério e anti didático um professor que, ao corrigir uma redação de um aluno das primeiras séries do Ensino Fundamental, quando a percebe cheia de erros ortográficos,grifa e risca o texto todo.
Segundo o mestre, ao riscar todo o texto para corrigir a ortografia, muitas vezes o professor desconsidera o que é fundamental em um texto redigido, que é a criatividade do aluno.E, ao grifar o texto todo, este professor certamente poderá criar um bloqueio neste aluno.
E este blog prova mais uma vez que é um espaço democrático e livre, onde as pessoas aqui depositam a sua indgnação, o seu protesto contra a bandidagem política, sem sequer preocupar-se com a quastão ortográfica. Afinal de contas, não é preciso pertencer à Academia Brasileira de Letras para perceber o que esse (des) governo e o anterior, bem como, a elite podre de Juiz de Fora estão transformando a nossa cidade, com as "bênçãos de várias autoridades..

Anônimo disse...

Liberdade de IMPRENSA, não pode ser confundida com irresponsabilidade de imprensa. Defendo que uma indenização a ser paga pela imprensa por danos morais, mesmo sem eu saber o valor Maximo, acho que deveria ser dez vezes mais. Porque depois que o tribunal da imprensa, julga e condena um inocente em menos de vinte e quatro horas, esse está enlameado para todo o sempre e é um rotulo colado com the bonder.
O quarto poder tem o costume de fazer o serviço completo da justiça em menos de vinte e quatro horas. Em apenas vinte e quatro horas a imprensa, investiga faz o inquérito oferece a denuncia crime, julga e condena, nas três instancia, ou seja, em rede local Estadual e no supremo tribunal da imprensa em rede nacional.

Que continue a liberdade de imprensa. Mas com uma ressalva, Art. l que sejam penalizados com uma indenização milionária em caso de erro. Também em tempo recorde, mesmo que o constrangido e prejudicado seja um humilde e analfabeto do povão.

Rogério Moraes disse...

É um homem livre. Já que a autoridade constituída se escondeu no gabinete, ele usa o verbo solto como se espetasse o dedo na cara do salafrário.

PRINCIPALMENTE, OS QUE ASSINAM O QUE ESCREVEM.

Anônimo disse...

Não entendi a postagem do Rogério. Mas se foi em relação ao texto anterior. Estou escondido para não ser massacrado pelo 4ª poder que estou intitulando como o T-J-I - TRIBUNAL DE JUSTIÇC DA IMPRENSA, que inclusive está presente em todas as instâncias.

Rogerio Moraes disse...

DESCUPLE QUE NÃO ME EXPRESSEI BEM.
EU QUERIA DIZER:
(QUEM ESCREVE)
É um homem livre. Já que a autoridade constituída se escondeu no gabinete, ele usa o verbo solto como se espetasse o dedo na cara do salafrário.

PRINCIPALMENTE, OS QUE ASSINAM O QUE ESCREVEM.
ESSES SIM SÃO VERDADEIRAMENTE LIVRES, NÃO TEM CABRESTO, MEDO OU CAGAÇO.
MAS CADA UM SABE O TAMANHO DO SEU TOPETE...
FOI ISSO QUE EU QUIS DIZER.

Anônimo disse...

Cuidado senhor Douglas Fedóceo!
Desse jeito vão acabar publicando o motivo real de sua exoneração na Câmara Municipal. Aliás situação muito parecida com a de sua saída na Tribuna de Minas.
A cadeia está lotada, mas lá CERESP é igual coração de prostituta, sempre cabe mais um bandido.