Com a vitória de Antonio Anastasia, uma só pergunta deve ser colocada pela Zona da Mata Mineira, ao Governador eleito de Minas Gerais : teremos um projeto que contemple, especificamente, a retomada do desenvolvimento economico da região ?
Essa questão é fundamental, por dois motivos: pelo "agressividade fiscal das politicas públicas do Rio de Janeiro, que criou um impasse em nossas fronteiras, não só ao atrair novas industrias para Tres Rios, Paraíba do Sul, Sapucaia etc., como "obriga" empresas de Juiz de Fora e, região, a se instalarem naquelas cidades. Em seguida, a realidade estatística que coloca a Mata como a região de Minas que menos cresceu nos últimos 20 anos !
Politicas públicas na área economica só têm um objetivo: a indução ao desenvolvimento, com criação de empregos e renda. Nesse sentido, seria fundamental ações concretas do governo de Minas, que contemplem a nossa região. Caso contrário, dentro de muito pouco tempo, seremos um novo Vale do Jequitinhonha (já estamos bem próximos) . Ou seja, mais um grande bolsão de miséria e desalento social.
O que fazer ? Se pedissem minha contribuição, daria as seguintes sugestões:
1) Criação da Secretaria Especial para a retomada do desenvolvimento da Zona da Mata. Com vida útil estabelecida por Lei Delegada, teria como único objetivo a implantação de um projeto para recuperar economicamente a região;
2) O secretário deveria ser um empresário experimentado e, seu sub-secretário um professor de economia da Universidade Federal de Viçosa ou, de Juiz de Fora, também assessorados por um pequeno grupo de professores ligados a essas duas instituições. Mais nada;
3) a secretaria teria metas a cumprir para a atração de novas empresas para a região, assim como fez o Estado do Rio. Para isso, três ações seriam implementadas e, mostradas para todo o empresariado nacional, visando a instalação de industrias e, empresas em geral, a saber :
3.1) pacote de icentivos fiscais (*) agressivo ( redução e/ou isenção de impostos, como existe no Estado do Rio);
3.2) financiamento "automatico" , via Banco de Desenvolviemento Economico de Minas Gerais - BDMG/BNDES para a empresa que investisse na Região;
3.3) realização de seminários no Brasil (São Paulo, Rio, Paraná e Rio Grande do Sul) e, no exterior (Italia, França, Alemanha, EUA etc.), para "vender" a Zona da Mata de Minas Gerais, a região que se encontra no coração dos dois maiores pólos consumidores do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.
* fundamental a simplificação do pacote fiscal introduzido pelo Governador Aécio, que, supostamente, deveria dar condições de competividade para as industria da Mata, vis-à-vis, ao Rio de Janeiro, mas que, infelizmente, ainda não se materializou em ações concretas, segundo informações de vários empresários que tentam se beneficiar da portaria, pela enorme barreira burocrática da Secretaria Estadual da Fazenda;
Tomadas essas ações, em menos de 4 anos, garanto que a Zona da Mata se tornaria um novo pólo de desenvolvimento economico do Estado. Temos tudo para alcançarmos esse objetivo, pois encontramos aqui, mão de obra disponível e excelente localização geográfica. Falta tão somente uma ação politica do Estado, ações concretas.
Dinheiro , hoje, é o "produto mais vagabundo do mundo". O que falta são bons projetos. Cabe a quem os deseja, mostra-los. Podemos criar um grande projeto de desenvolvimento, atraindo empresas e capital.
Esse é o grande desafio dos mineiros da Zona da Mata.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
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11 comentários:
Francisco de Assis P. Mazetto
Wilton Dias Cordovil
João Batista Villas Boas Simoncini
A zona da mata mineira é uma das doze mesorregiões do Estado de Minas Gerais, composta por 142 municípios agrupados em sete microrregiões. Localiza-se na porção sudeste do Estado estabelece divisa com os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Historicamente, foi explorada por bandeirantes no século XVII, porém, os povoamentos mais expressivos começam a surgir no século XVIII, geralmente localizados as margens do Caminho Novo. Esta ocupação, a princípio, se deu de forma tímida, tendo em vista a proibição por parte da coroa portuguesa em ocupar terras da região então chamados “sertões do leste”. A restrição se dava devido a condição de concentração do transporte de metais preciosos, provenientes da região aurífera, destino a capital da colônia. Sem dúvida, essa política restritiva se manifestou pela necessidade de controlar a produção e evitar o desvio de cargas, pertencente a Coroa Portuguesa.
Essa condição, a principio, condicionou a ocupação tardia da região, sendo esta iniciada a partir dos entrepostos localizados no percurso do caminho novo. Após o declínio da mineração aurífera, observou-se o desenvolvimento de duas novas correntes produtivas no estado. A primeira trata do próprio processo de sedentarização dos grupos sociais que se apresentavam envolvidos no processo de mineração; esse processo fortaleceu o desenvolvimento de uma agricultura voltada a atender as demandas locais e acima de tudo, suprir um novo mercado consumidor, o da coroa portuguesa na província do Rio de Janeiro.
A segunda corrente atende pelo crescimento e expansão do café na zona da mata mineira.
Para que possamos analisar essa evolução histórica da economia mineira, optamos pelos textos de Francisco Iglesias (1973), que assim descreve a evolução da economia mineira:
de 1693 a 1770, em que predominou a atividade da mineração, nas suas três fases: surgimento, esplendor e declínio;
de 1770 a 1830, com a decadência das minas, o abandono da atividade mineradora e a expansão geográfica da capitania, com o surgimento das fazendas de criação de gado e de lavoura;
terceira, de 1830 a 1939, período em que a economia se baseou predominantemente na agricultura;
o quarto período, de 1939 aos dias atuais, quando a economia se diversificou, tomando o rumo da industrialização. (Iglésias, 1973).
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Dessa forma, o primeiro período caracterizou-se pela mineração, onde a ocupação da zona da mata mineira era proibida pela coroa e a região era cortada pelo caminho novo, que ligava o Rio de Janeiro a região produtora. Durante a segunda fase, destaca-se o desenvolvimento da agricultura que resultou em expansão geografia sentido zona da mata e crescimento das fazendas de agricultura e criação de gado. Nessa fase, a zona da mata assume papel importante, pois agrega o café como produto principal, atraindo fluxos financeiros e condicionando a acumulação de capital que mais tarde proporcionou o surto industrial precoce da região.
A chegada e fixação da coroa Portuguesa na colônia em 1808, alterou significativamente a dinâmica econômica e política da área. Impulsionou a produção de gêneros alimentícios, transformando o Rio de Janeiro no principal pólo receptor desses produtos. Assim, a zona da mata começa a se desenvolver, produzindo e incorporando as demandas provenientes da coroa portuguesa.
A partir de 1830, o café inicia sua expansão a partir do vale do Paraíba fluminense, alcançando a zona da mata mineira. Esta região constituiu-se na principal área produtora do Estado, assumindo papel significativo na dinâmica econômica, transformando-se em pólo de atração de investimentos e acumulação de capitais. Assim também, atraindo fluxos migratórios que contribuíram para o fortalecimento dos centros locais e a proliferação das vilas, que posteriormente originaram as cidades.
O desenvolvimento dessa produção fez suscitar a necessidade de criação de rotas de escoamento que possibilitassem o acesso do produto ao mercado. Assim, observo-se no período o crescimento da malha viária e ferroviária, que também promoveu e intensificou o processo de adensamento populacional da região
CONTINUA:
O desenvolvimento da cafeicultura na zona da mata mineira ocorre da seguinte forma; em um primeiro momento observou-se que a cultura cafeeira se desenvolveu na porção sul, junto ao limites do estado do Rio de Janeiro; posteriormente, a partir de 1860, expande sua área de plantio que é incentivada por intervenções viárias que promovem a ligação e comunicação das diferentes áreas produtoras. Fato esse exemplificado com a chegada da malha ferroviária na década de 1870 e o posteriormente com o implemento de equipamentos viários tais como a estruturação da rodovia União & Indústria, demonstrando a dinamização da economia local e o início incipiente da centralização urbano-regional que proporcionou mais tarde a definição da cidade de Juiz de fora, como pólo regional.
“O desenvolvimento e a consolidação do sistema viário, permitiu que a cidade de Juiz de Fora, se transformasse no principal centro armazenador de café da zona da mata, a partir de 1860, com a inauguração da rodovia União & Indústria. Isto posto, todo o café produzido
naquela região era levado para aquela cidade e, dali, encaminhado para o porto do Rio de Janeiro. Com isso, Juiz de fora se constituiu num centro comercial de vulto, refletindo seu crescimento econômico imediatamente no processo de urbanização da cidade, no aumento da população, inclusive tornando-se receptora de imigrantes, na arrecadação municipal e, na ampliação do setor de mercado interno.” ( GIROLETTI, 1988: 47).
O capital acumulado nessa cidade proporcionou o desenvolvimento de surto industrial que se constituiu em mais um elemento de atração e concentração regional. Assim permaneceu com seu período de crescimento acelerado de 1890 a 1930, quando a crise internacional aliado a diminuição do valor do produto no mercado internacional, forçou a região a colocar-se em nova posição frente a mudança dos fluxos econômicos.
Todas as cidades da zona da mata polarizadas pela influência da cidade de Juiz de Fora sentiram consideravelmente os efeitos da crise. A supressão do modelo produtivo, o abandono do campo de café e a supressão da economia voltada ao mercado externo promoveu forte impacto a economia regional. Cidade que até então respiravam os ares da aristocracia colonial e escravista, viram-se submetidas a nova ordenação, a qual seu principal produto não mais tinha valor no mercado. Nesse momento as cidades de menos dinamismo, começaram a morrer.
Busca-se aqui, promover a análise, interpretação e discussão de informações obtidas através do levantamento de dados históricos à cerca do processo de ocupação do espaço promovido pelos diferentes ciclos econômicos do capitalismo e sua materialização sobre o território, especificamente na zona da Mata Mineira.
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O desenvolvimento da cafeicultura na zona da mata mineira ocorre da seguinte forma; em um primeiro momento observou-se que a cultura cafeeira se desenvolveu na porção sul, junto ao limites do estado do Rio de Janeiro; posteriormente, a partir de 1860, expande sua área de plantio que é incentivada por intervenções viárias que promovem a ligação e comunicação das diferentes áreas produtoras. Fato esse exemplificado com a chegada da malha ferroviária na década de 1870 e o posteriormente com o implemento de equipamentos viários tais como a estruturação da rodovia União & Indústria, demonstrando a dinamização da economia local e o início incipiente da centralização urbano-regional que proporcionou mais tarde a definição da cidade de Juiz de fora, como pólo regional.
“O desenvolvimento e a consolidação do sistema viário, permitiu que a cidade de Juiz de Fora, se transformasse no principal centro armazenador de café da zona da mata, a partir de 1860, com a inauguração da rodovia União & Indústria. Isto posto, todo o café produzido
naquela região era levado para aquela cidade e, dali, encaminhado para o porto do Rio de Janeiro. Com isso, Juiz de fora se constituiu num centro comercial de vulto, refletindo seu crescimento econômico imediatamente no processo de urbanização da cidade, no aumento da população, inclusive tornando-se receptora de imigrantes, na arrecadação municipal e, na ampliação do setor de mercado interno.” ( GIROLETTI, 1988: 47).
O capital acumulado nessa cidade proporcionou o desenvolvimento de surto industrial que se constituiu em mais um elemento de atração e concentração regional. Assim permaneceu com seu período de crescimento acelerado de 1890 a 1930, quando a crise internacional aliado a diminuição do valor do produto no mercado internacional, forçou a região a colocar-se em nova posição frente a mudança dos fluxos econômicos.
Todas as cidades da zona da mata polarizadas pela influência da cidade de Juiz de Fora sentiram consideravelmente os efeitos da crise. A supressão do modelo produtivo, o abandono do campo de café e a supressão da economia voltada ao mercado externo promoveu forte impacto a economia regional. Cidade que até então respiravam os ares da aristocracia colonial e escravista, viram-se submetidas a nova ordenação, a qual seu principal produto não mais tinha valor no mercado. Nesse momento as cidades de menos dinamismo, começaram a morrer.
Busca-se aqui, promover a análise, interpretação e discussão de informações obtidas através do levantamento de dados históricos à cerca do processo de ocupação do espaço promovido pelos diferentes ciclos econômicos do capitalismo e sua materialização sobre o território, especificamente na zona da Mata Mineira.
“Em tantas cidades moribundas arrastam um viver decrépito, gasto em chorar na mesquinhez de hoje as saudosas grandezas dantes”
Monteiro Lobato
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Observa-se também que o crescimento da região apresenta-se irregular, coexistindo áreas desprovidas de ações efetivas tanto do setor público quanto privado, e áreas que apresentam-se privilegiadas por tais investimentos. Esse fenômeno causa o crescimento desarticulado e descontínuo, comprometendo a qualidade de vida da população em várias localidades. Não se observou, durante a análise histórica da região, a efetivação de política de integração voltada a mesorregião em questão, sendo as intervenções pontuais e esparsas, culminando no processo de concentração regional e desvalorização e esquecimento de diversas áreas periféricas.
Dentro de tal perspectiva, as “Cidades Mortas” continuaram morrendo, esquecidas ou deixadas de lado estrategicamente pelo capital privado e pelo Estado. Para o capitalismo corporativo neoliberal, as “cidades mortas” atendem a duas premissas importantes: Sua população responde a constituição de um “Exército de Reserva” necessário à manutenção do sistema produtivo; Áreas de possível expansão dos fluxos de capital tendo em vista a necessidade, dentro do modo produção capitalista, de manancial do “espaço de reserva” onde a ação do capital pode contar com menores resistências ao seu desenvolvimento, atendendo o fenômeno da desconcentração espacial das atividades econômicas.
Juiz de Fora: a nova Manchester Mineira
Juiz de Fora possuía mais de 160 indústrias e era considerada a maior de Minas Gerais na última década do século XIX. Hoje, a cidade se mantém entre as grandes cidades do estado, apesar do declínio no setor industrial. Conhecida informalmente como Manchester mineira (na época as duas cidades eram bastante industrializadas), a cidade vê hoje o destaque do setor de serviços na economia, assim como a cidade inglesa.
Mas quais são as explicações para essa mudança nos rumos da cidade? Para o historiador Ângelo Carrara, fatores como a Lei Áurea impulsionaram a economia. “O surto de crescimento urbano de Juiz de Fora é explicado principalmente pela disponibilidade de capitais antes direcionados à compra de escravos, a principal mão de obra local até a abolição, em 1888”, diz.
De acordo com o historiador, a cidade não está hoje em um período de declínio, mas sim de transição natural. “Na realidade, historicamente a indústria tende a reduzir o número de empregados em favor do setor de serviços, apesar de a indústria manter-se na liderança da economia capitalista na geração de tecnologia e, portanto, de capital”, afirma.
Hoje, tanto Manchester (na Inglaterra) quanto Juiz de Fora se caracterizam por um forte crescimento no setor de serviços. A cidade inglesa, um dos berços da Revolução Industrial, é a segunda maior nesse setor dentro do país. “Juiz de Fora desde o século XIX dispõe de um importantíssimo setor que abrange escolas, comércio, transportes”, explica Ângelo.
De cidades fortemente industrializadas, tanto Juiz de Fora quanto Manchester se mantiveram como pólos econômicos, baseadas no setor de serviços. A comparação entre as duas ainda é válida
Bom dia Omar, dá p/ vc comentar explicando a tal lei delegada que faz o famoso choque de gestão do governo aécio e qual a necessidade no caso de se eleger deputados estaduais , os benefícios que as diversas regiões ganham om isso, pois acho que não estou entendendo nada,nadinha.
Sds.
Silvana.
Concordo com tudo isso, Omar, porém ao longo os anos não tenho visto nenhum chefe do executivo local pensar grande, pensar para a região, pensar pelo bem do povo. Atualmente o Sr. prefeito está preocupado tão seoemnet em "reasfaltar" ruas do centro da cidade, enquanto bairros como o que eu moro, Sto. Antonio, está cheio de buracos e o acesso dos que vem da cidade de Bicas sem iluminação, sem faixas, cheio de matos e entulhos, esburacado, etc. Como desenvolver a Zona da Mata, então? Dois anos de exercício do mandato e até agora nada das obras prometidas...
Professor, boa tarde!
O fracasso da Zona da Mata nada mais é que reflexo das lideranças aqui escaladas pela população para representa-los nos últimos tempos, seja no legislativo estadual, federal e executivo municipal.
Perceba que a cidade sequer conseguiu manter aqui um entreposto, que foi parar onde mesmo? Uberlândia!!!
Nós caminhamos orgulhosamente para sermos uma baixada fluminense, grande demograficamente e pobre economicamente.
Abraços
GIL
Caro Omar...
Bem observadas são as suas sugestões...
Mas a questão é: como evitar que a Secretaria especial para a retomada do desenvolvimento da zona da mata não se torne um projeto como foi a fracassada SUDENE?
E como evitar que, tanto o empresário quanto o economista não sejam "tucanos-teleguiados" indicados pelo palácio da liberdade? pois se assim for, junto com o "Cústodio", já até vejo como vai ser...
O Gil fez uma observação interessante quando analisou o reflexo das "lideranças" esacaladas para representar os interesses para o desenvolvimento da mata, pois, isso tem que partir deles.
Um grande abraço
Thiago Coelho
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