segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sucessão altera o Ministério

Percebe-se que o presidente Lula já está às voltas com o contorcionismo e as filigranas que envolverão mudanças em sua equipe de primeiro nível, uma atividade política que deve aproximar-se, tanto quanto possível, do ideal de acomodação de todas as forças políticas que contribuem em sua base de sustentação. Aproxima-se a campanha de sua sucessão e a hora de uma verdadeira obra de engenharia, que, quando imita a perfeição, torna-se obra de arquitetura, tal como se deu com o ministério que Tancredo Neves construiu, mas, por ironia e capricho do destino, não pôde empossar.

Hoje, como em qualquer outra época, as dificuldades começam na corrida que os partidos empreendem, na ânsia de abocanhar as maiores cotas de poder. E se não podem ser condenados por tentarem obter as melhores posições, é de se esperar que o presidente tenha habilidade suficiente para conter os excessos de fome e sede. Ainda mais ele, que além de organizar a nova equipe é obrigado a travar o ânimo dos atuais ministros, muitos dos quais gostariam de ser contemplados com sua permanência nos próximos 20 meses. É o duplo sacrifício: desmontar e montar, acalmando os atuais ministros sem condições de serem reaproveitados e convocando os novos de forma a reduzir os atritos.
É fácil opinar sobre os desafios que se antepõem a um presidente, quando não se tem o peso de sua responsabilidade na escolha e nem os desgastes provocados pelos preteridos. O que, contudo, não nos impede de emitir opinião a respeito das mudanças no Ministério, já esperadas como inevitáveis. Primeiro, ideal é que o número de vagas seja logo reduzido, pois está suficientemente demonstrado que há um número excessivo e dispendioso de cargos e - mais grave - alguns totalmente improdutivos.
Reduzido o número de ministérios, impõe-se que na sua constituição os cargos eminemente técnicos não sejam atropelados pelos políticos e vice-versa. Mas, sobretudo, que nenhum critério derrogue a competência e a honradez, porque sem elas o governo não vai se sustentar; e, ainda que se sustente, estará condenado à mediocridade.

Um comentário:

Anônimo disse...

o numero e densidade dos comentarios dão ao blog o seu diferencial,ou voce,omar,conduz,isto direito;com mais assiduidade na analise e liberação dos mesmos,ou tira o blog do ar,voce esta sendo moroso demais,é assim que voce quer ser prefeito,vamos trabalhar....