segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O País ignora os partidos


Na opinião de muitos, fevereiro é ainda cedo para se dar trato às coisas de uma eleição que só vai acontecer no ano que vem. É uma observação correta, mas apenas sob alguns aspectos, e é sobre um deles que devíamos refletir mais demoradamente. De fato, não teria sentido, por exemplo, fazer a população desviar-se de suas atividades e preocupações diárias para tratar de política, até porque o interesse do eleitorado começa mesmo é no final do primeiro semestre de 2010, quando os convencionais apresentarão suas decisões. Mas, paralelamente, fevereiro ou qualquer outro mês do atual semestre já devia figurar nas cogitações dos partidos, para que tenham tempo suficiente de mostrar o que são e o que têm a propor. Quanto a isso, é certo que já é tempo de agir, mesmo porque há um grande desconhecimento em relação às responsabilidades políticas das legendas.
Talvez essa ausência e o fato de a sociedade brasileira ignorar os programas partidários ajudem a justificar o que revelou recente pesquisa de uma entidade empresarial de São Paulo. Nela, a organização partidária brasileira é contemplada entre as instituições de mais baixa credibilidade. Estou certo que tal conclusão reflete muito mais o desconhecimento, que propriamente uma censura. Os partidos brasileiros não se expõem didaticamente, e, quando utilizam os horários de propaganda gratuita em rádio e televisão, preferem, salvo poucas exceções, encher o tempo com divagações, lugares-comuns e falsos cenários. Bom seria que revelassem o que são e o que querem. Eu acrescentaria algo mais: eles deviam também explicar como poderiam tornar realidade o que tão facilmente prometem.
Alguma coisa tem de ser feita para suprir o vácuo que permanece entre as entidades políticas e o eleitor, porque sem isso também se consolidam antigos defeitos e deficiências da representação política. Como está hoje não é bom que permaneça.
Voltando a este começo de ano, que é véspera de eleição presidencial, quando ainda se considera antecipação desnecessária tratar da sucessão, melhor é que, mesmo sem falar em candidatos e alianças, os partidos viessem aos meios de comunicação e pedissem licença para se apresentar: o porquê de se chamarem trabalhistas, ou republicanos, ou socialistas, ou democratas.


O.P.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom Dia Omar! Bom Dia Liga da Justiça!

Tochas, garfos e foices em mãos, vamos ao trabalho!

Primeiramente, temos que reformular nossos pontos de vista. Não é o País que ignora os partidos, mas sim os partidos que ignoram o País.

Vamos viajar de norte a sul de Pindorama, num lindo balão azul e ver como se realizam, realmente, as coisas.

Quem não conhece os seguintes queridões: Jorge Konder Bornhausen; Demóstenes Torres; Fernando Collor; Garibaldi Alves Filho, Jarbas Vasconcellos; José Agripino; José Sarney; Mão Santa; Marcelo Crivella; Marco Maciel; Renan Calheiros; Romero Jucá; Romeu Tuma; Roseana Sarney; Tasso Jereissati - no senado, e: Aldo Rebelo; Angela e marido Amin; ACM Neto, Antonio Palocci; Bonifácio de Andrada; Brizola Neto; Celso Russomano; Ciro Gomes; Clodovil Hernandes; Efraim Filho; Fernando Gabeira; Givaldo Carimbão; José Anibal, José Genoíno; Julio Delgado; Luciana Genro, Luiza Erundina; Michel Temer; Paulo Bornhausen; Paulo Maluf; Ratinho Junior; Raul Jungmann; Ricardo Berzoini; e Sarney Filho - na câmara. Tenho 31 anos e ouço estes nomes há pelo menos 28. Minha mãe disse que as primeiras palavra dífíceis que aprendi foi Sarney, malufar, Xuxa e Bozo.

A população não associa o nome dos eleitos aos partidos, muito pelo contrário, associa os nomes ao cargo, e este a eternidade, hereditariedade, quase soberana.

Isto se dá pelo extenso número de siglas, pela possibilidade de mudar de partido quando e como quiser, e pela completa falta de informação. Na realidade, são os partidos que pertencem a este grupo e não o contrário.

Imaginem uma cena surreal: Para sermos justos vamos utilizar a prata da casa. Dia de chuva torrencial, Dom Bosco, São Benedito e Vitorino Braga descendo morro abaixo junto às águas de março (é pau, é pedra, é o fim do cominho!) e de repente, eis que surge ao longe, junto à defesa civil, Júlio Delgado.

Com dinheiro municipal, estadual e federal para urbanização, revitalização e estruturação dos bairros supracitados em mãos. Moradores contentes, contratados em mutirões, mobilizam-se para a grande obra urbana "jixzdeforana". Movimentando todos, em cima de palanques, em alto-falantes, na TV, nos rádios, nosso herói grita, espuma, vocifera: "- Vamos Mudar Juiz de Fora. Agora é a hora da mudança!" Realmente, surreal.

Mudem a cenário, conservem a cena: ano eleitoral, período não chuvoso (de julho a novembro), milhões de santinhos, milhões de outdors, carros de som, TV, Rádios, palanques - no São Benedito, no Dom Bosco e no Vitorino, milhões de pessoas jogando toneladas de papel nos bueiros, aqueles mesmo que transbordam e levam as casas para o Paraibuna, ouvindo nosso herói, abraçado à algum figurão - Aécio, Custódio, Bejani, Tarcísio, só depende de quem for a bola da vez - gritando: "- "- Vamos Mudar Juiz de Fora. Agora é a hora da mudança”! Realmente, piada velha, filme repetido.

Claro que orientar a população sobre o que significa cada sigla é um ato nobre, no entanto, ineficaz.

As pessoas estão carentes de trabalho, de alimento, de saneamento básico, de educação, saúde, esporte, lazer e sempre votarão naqueles que consideram sua última oportunidade de sobreviver.

Passada as eleições, vêem ao longe seus eleitos, que lá do Planalto Central mandam seus recados: "- Não admitiremos desperdício de dinheiro! Não aceitaremos obras eleitoreiras! Não aceitaremos paternalismo! Não aceitaremos gastos desnecessários!"* – Isto quando se trata de obra de infra-estrutura pública. No entanto, quando se trata de ganhos pessoais: “ É lícito que haja o aumento do salário da casa, nós largamos nossas cidades para virmos à Brasília trabalhar pela nossa população!"*

As siglas não são o grande problema eleitoral, mas sim os seus verdadeiros donos. Cada eleito deveria ter que vir uma vez por semestre, em rede regional, prestar conta do que fez, faz e fará pela cidade. Este horário seria pago pela sigla e pela legenda que apoiou o candidato, acredito que só deste modo, um semestre de campanha e sete de prestação de contas, é que o país melhoraria, um pouco, seu processo eleitoral.

* discursos recorrentes nas casas.

Anônimo disse...

EM JUIZ DE FORA NÃO É DIFERENTE! CUSTÓDIO IGNOROU SOLENEMENTE TODOS OS PARTIDOS QUE GARANTIRAM O ENORME TEMPO DE RÁDIO E TELEVISÃO À SUA CANDIDATURA EM COMPARAÇÃO AOS DEMAIS CANDIDATOS.

Anônimo disse...

O País ignora os partidos, os partidos ignoram o povo, o povo ignora os partidos, os partidos ignoram as leis, as leis não servem ao povo, o povo ignora as leis..... e assim é o nosso páis... todos ignorando tudo e salve-se quem puder!!! e assim vamos vivendo aqui!

Anônimo disse...

PARABÉS LUIZ VALLE:
SITO AQUI NA REAlLIDADE, JÁ QUE TODOS IGNORAM TUDO, ISTO AQUI É UM PAÍS DE IGNORANTES.

E O QUE É PIOR:

AQUI EM JUIZ DE FORA TEM UMA ELITE IGNORANTE E METIDA A BÊSTA.
TÃO ELITE QUE ANDA DE BUZUM, COMPRA EM 3X NA LIQUIDAÇÃO, E QUANDO COME EM RESTAURANTE TIRA O CARTÃO E ANTECIPA - CRÉDITO.
COMPRA CARRO DO ANO E PAGA EM 60 MESES. E MESMO ASSIM CIRCULAM COM A MENSAGEM: VENDE-SE.
E TEM MAIS: SÃO GOVERNADOS POR PREFEITOS DESONESTOS, QUE ENRIQUECEM ATÉ COM O LIXO.

ESSA SIM É IGNORANTÓPOLIS, A FUTURA CAPITAL NACIONAL DOS ESTADOS DESUNIDOS DE EMBRULHIL.