quinta-feira, 26 de março de 2009

Ensino em primeiro lugar

Estive lendo, recentemente, uma coletânea dos discursos dos candidatos a presidente da República, de Juscelino aos nossos dias. Quem se deu ao trabalho de colecioná-los foi uma professora baiana, que prepara tese sobre pregação política. É assunto imperecível, não apenas para candidatos, mas principalmete pelos brasileiros que realmente se preocupam com o futuro deste País, e lamentavelmente sem acolhida entre as maiores preocupações da sociedade brasileira. Falar da educação é estar sempre distante das prioridades, e no aguardo de iniciativas mais corajosas do poder público. Não obstante, não há quem possa negar: a história do desenvolvimento dos povos tem tudo a ver com o grau da escolaridade, e o Brasil não haveria de ser diferente.

Estamos crescendo, mas o desenvolvimento (mais que crescer) teria dado saltos ambiciosos se o nível de educação fosse melhor, porque meta mais significativa não se pode alcançar sem a qualificação do empresariado e do trabalhador. Trata-se de uma correlação demonstrável na história dos povos mais bem sucedidos; e não há motivo para se pensar que o Brasil possa caminhar em outra rota. Pelo contrário, devíamos fazer como fizeram alguns países da franja asiática, e antes deles os nórdicos, que fixaram na escolaridade seu objetivo primeiro, inarredável, insubstituível.
Passa o tempo, consolidamos e agravamos nossos problemas sociais, e nada sugere que devamos pensar em outra saída.

A prioridade dos investimentos educacionais também tem seu enfoque centrado na qualificação da mão-de-obra e da produção. Sem discordar dessa proposta de causa e efeito no painel do crescimento econômico, penso que tais investimentos conduziriam, igualmente, a excelentes resultados na contenção e redução dos índices de violência, como também concorreriam para melhorar a auto-estima nacional. Em uma palavra: ensinar mais, ignorar cada vez menos, eis o que devia ser parte da vida dos brasileiros.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Omar Peres

E o Prefeito em Exercício ? Qual a avaliação nos seus 100 dias de poder e glória ? Sendo que o Gov. Aécio foi o mais bem avaliado do Brasil. Sei que o Tucano daqui de "xis-de-fora" gosta de gente jovem à sua volta, é só olhar o procurador do município e encontrar o sósia do Mister-Bin... Como sou sex-agenário e adultero nos meus princípios...anarquista, não dava mesmo para que eu fosse convocado para trabalhar aqui na diretoria da "em casa", pois é a minha "comadre, minha cara-metade" é quem manda no pedaço...fazer o quê ? Saravá mizifio...salve-salve aleluia-salve.
MAS GOSTARIA DE VER O COMENTÁRIO DO OMAR PERES SOBRE OS 100 DIAS DO ALI-BABÁ, DIGO, DO PREFEITO EM EXERCÍCIO DE JF.
Marcial Fontes

Márcio disse...

COMPREENDER PARA MELHORAR

Segundo o dicionário AURÉLIO, a palavra aprendizagem é a união de (Aprendiz + agem) e a definição de aprender é "tomar conhecimento de algo, retê-lo na memória, em conseqüência de estudo, observação, experiência, advertência etc."
A situação especial de conhecer como se conhece é tradicionalmente elusiva na nossa cultura ocidental, centrada na ação e não na reflexão. Assim nossa vida pessoal é cega a si mesma. É como se um tabu nos dissesse: É proibido conhecer o conhecer. Na verdade não saber como se constitui nosso mundo de experiências, que está de fato próximo de nós, é uma vergonha.
A definição do dicionário vem do aprender como reter algo, como se capturássemos algo novo quando passamos por uma experiência. Normalmente, centramos os nossos estudos no que foi capturado, na ação do aprendiz, mas não na reflexão dessa ação.
A experiência opera em nós uma transformação, mas, para percebermos isso, é fundamental o autoconhecimento, que normalmente nos é negado e que é limpo no processo de ensino.
Para mim, a aprendizagem também envolve uma transformação. Como cada pessoa é diferente, terá reações diferentes às experiências, às provocações externas. É por isso que o aprendiz precisa conhecer-se, saber de que tipo de matéria é feito, como experimenta o mundo. Não é para simplesmente prever as reações, mas para aproveitá-las melhor.
Na escola tradicional, busca-se a aprendizagem dentro de um processo de formação. Espera-se um diploma que garanta o atestado que permita desempenhar determinados papéis no mundo do trabalho. Mas quando limitamos o processo à transmissão de conhecimentos, "às fitas de instrução", ele torna-se obsoleto rapidamente e o aprendiz não sabe aprender de outras formas.
O professor torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que estão ao seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc.
Nós somos o que sabemos e nos tornamos o que aprendemos. O importante do processo de aprendizagem é ir na direção do outro, em direção à alteridade". É essencial esclarecer a importância do outro da aprendizagem, assim compreendemos que a aprendizagem "é um ato de amor, pois é impossível compreender alguém sem amá-lo e amar é sair de si e ir em direção ao outro".
"Assim aprender é abandonar velhos reflexos e preconceitos e penetrar num conhecimento diferente e isso é doloroso, aceitar a nossa transformação, aceitar ir em direção à alteridade. Mas, para produzir algo novo, somos obrigados a nos tornar outra coisa.

Márcio JM Oliveira