terça-feira, 24 de março de 2009

A GUERRA CIVIL NO RIO E A LIBERAÇÃO DAS DROGAS

Eu já fui dependente químico de nicotina. Fumei, acreditem, dos 10 até os 48 anos . Só eu sei o que passei para conseguir deixar de fumar. Desconheço o que seja drogas ilícitas. Nunca fui usuário. No entanto, quando vejo, hoje tão perto da gente, principalmente filhos de amigos se drogando, sempre me pergunto os motivos que levam jovens a deixarem suas vidas virarem um martírio, para eles, e para toda a sua família. A droga é o maior problema da humanidade. Só a fome, em escala mundial, é comparável.

Mas por ter sido dependente químico da nicotina, quando vejo um dependente de outras drogas, "respeito" sua doença. Importante dizer que, quem se utiliza de drogas pesadas como cocaína, LSD, crack etc, está doente, viciado, dependente. E pior sua vida será curta, levando a sociedade e, principalmente, sua família ao desespero. Sei o que o cidadão dependente deve estar passando , fazendo-me lembrar de quantas noites, quantas madrugadas saí de casa para comprar um maço de cigarro. Imaginem o que faz um jovem para comprar o crack, cocaína ou qualquer outra droga, ilícita e pesada, que seu organismo "exige" reposição.

Por outro lado, a maconha, que também não fumo, está praticamente liberada na Europa. Países como Holanda , dentre outros, já legalizaram o consumo e, onde, por esse motivo, já pode ser comprada e fumada em bares especializados e específicos. É uma longa discussão sobre os efeitos maléficos e benéficos da maconha. Tenho amigos que fumam e confesso que não me diz nada. Prefiro meu uísque e minha cachaça, tão nocivos quanto à maconha.

Minha reflexão sobre o consumo e a produção de drogas é a seguinte: a repressão aos tráfico pelos Estados Nacionais, por forças policiais especializadas e criadas para combater o comércio internacional de substancias alucinógenas é uma guerra perdida. Repito OS PAÍSES PERDERAM A GUERRA PARA O TRÁFICO.

O que aconteceu ontem no Rio, e que vai continuar se repetindo, é uma prova cabal do poder do comércio de drogas em escala mundial. O tráfico tem hoje o poder de parar uma cidade como o Rio de Janeiro, São Paulo e México, enfraquecendo e desmoralizando o Estado.

Na América Latina, produz-se a cocaína e a maconha. Distribuem-se os produtos nos Estados Unidos e Europa, os maiores consumidores. E, infelizmente, cada vez se consome mais. O México vive também, como o Brasil, as consequências nefastas de uma guerra civil causada pelas drogas. Lá, como aqui, mesmo com ajuda dos Estados Unidos, o tráfigo não pára de crescer e de "invadir" o país vizinho. E quanto mais os americanos aumentam o orçamento para combate aos tráfico internacional de narcóticos, quanto mais estrangeiros são encarcerados naquele país, mais traficantes e mais drogas são forneceidas e distribuidas no mundo.

Centenas de bilhões de dólares já foram investidos no combate ao tráfego e à produção de drogas em escala global, cujo resultado é praticamete inócuo. Estudos da ONU mostram que o comércio internacional de drogas alcança aproximadamente USD 350 bilhões por ano !!! Valor maior que todo o PIB de todos os países sul americanos juntos , excetuando o Brasil !!! São números impressionantes, quase inacreditáveis.

O tráfico com seu poder economico e financeiro compra juízes, policias, autoridades. Vicia crianças. Persegue quem os incomoda. É a guerra de valores morais, onde os homens de bem, a esmagadora maioria, perde para poucos bem armados com incomensurável poder financeiro e, sempre que necessário, também com armas de verdade. Matar para o tráfigo de drogas só significa que alguém está atrapalhando o seu negócio. Nada mais do que isso. É a vida perdendo o seu sentido.

A meu ver só há uma solução para evitar o desastre que a droga causa na humanidade, não aos consumidores e dependentes somente , mas sobretudo às famílias inteiras que são destruídas pela dependência química de um de seus membros. Jovens dependentes não possuem limites para consumir sua droga, levando, como todos já sabemos, a verdadeiras tragédias. A solução é a legalização de todas as drogas sendo seu comércio controlado pelos Estados, assim como tratamento para cura da dependência.

Só a legalização do consumo e produção das drogas, poderá fazer a corrupção diminuir, e o tráfico e a violência desaparecer, pois não haveria o que combater, salvo o controle dos dependentes que devem ser assistidos pelo Estado.

Dado que o consumo não diminui com a repressão, ao contrário só aumenta, os países, os Estados nacionais deveriam legalizar e controlar a produção e a distribuição de todas as drogas, reiterando, oferecendo ao mesmo tempo tratamento para desintoxicação. Caso contrário, o tráfego continuará ,dia após dia, minando nossos valores, acabando com jovens, com famílias, destruindo a nossa frágil democracia.

Com a tática da repressão, o resultado é um só: PERDEMOS A GUERRA! Nos países pobres e com Estados fracos, como é o caso do Brasil, a guerra civil e a corrupção tomarão conta de tudo. Nos países ricos, violência e morte.

6 comentários:

Anônimo disse...

Antes de mais nada é preciso saber o que é droga.
Açucar é droga.
Sal é droga.
Cigarro é droga.
Alcool é droga.
Prozak é droga.
Maconha é droga.
Lexotan é droga.
Custódio é droga.
Corrupção é droga.
Bejani é crack.

Anônimo disse...

O homem vive na dependência do pó branco.
Quando nasce a mãe da gente enche a nossa bundinha com talco.

Aos seis meses começa a matricária.

Aos sete começa o sal.

aos oito meses o açucar.

Quando então chegamos a juventude (principalmente quem viveu nos anos 80 e 90) conhecemos a cocaína.
´
Depois com o passar do tempo e o estômago carcomido por anos de uso de todos esses venenos, começamos a usar o bicarbonato de sódio.

Aí sim acabamos de vez com a mucosa estomacal e chega a hora do famigerado omeprazol.

E de novo ao voltar a uasr fraldas, só que geriátricas, voltamos ao velho bom talquinho.

Anônimo disse...

Sou contra, se liberar como eu vou ter propina se não puder prender os maconheiros.
Assim não pode, assim não dá.

LÉO PEIXOTO PALESTRA disse...

Minha nossa! Quero parabenizar pela postagem, que além de um raciocínio que concordo, sei que estamos muito longe de aplicá-lo em qualquer lugar do mundo, principalmente numa sociedade conservadora como é a nossa aqui no Brasil. Mas o que mais admirei, foi a coragem de tocar neste assunto, partindo de uma pessoa que tem pretensões políticas. Talvez muitos politicos pensem da mesma forma como descreveu, mas não assumem uma posição como esta, por, quem sabe, não render votos. Parabéns mais uma vez!!!

Anônimo disse...

Omar,

A liberação do uso de drogas, sem um controle permanente e eficiente por parte do estado, não vai resolver o problema.

Infelizmente controle permante e eficiente aqui no Brasil não existe.

Exemplos: Sistema Único de Saúde, no papel muito bom, na prática não funciona.

Lei Seca, no papel excelente, na prática não funciona, não existe mais fiscalização. O povo já perdeu o medo.Todo mundo já toma umas cervejinhas e pega o carro sem muita preocupação.

Código de Posturas, no papel muito bom. Na prática ninguém respeita e o poder público não tem capacidade para fiscalizar.

E por ai vai.....

No futuro poderemos ter:

Lei para uso de drogas. No papel excelente na prática não funciona.

Ai mora o perigo. Como reverter a situação. Liberou a droga e depois vai proibir de novo?

Existem vários perfis de usuário de droga:

Tem usuários da classe baixa, da classe média e da classe alta.

Tem usuário crimimoso, estudante, profissional liberal, tem o usuário do sexo feminino, masculino, criança, adolescente e adulto.

A diversidade e muito grande.

Quero dizer com isso que: não acredito que todos vão obedecer uma lei para uso de drogas, tendo que se submeter a regras para consumi-lá.

Como aqui no Brasil a fiscalização de qualquer lei é falha. Com certeza irão aparecer alternativas ilegais para o consumo de drogas desrespeitando qualquer tipo de regra.

O comércio paralelo de drogas irá existir. Os traficantes irão arrumar outra forma de faturar.

Se com a drogra proibida o estado já perdeu o controle e não consegue mais dar jeito. Imaginem com a droga liberada.

Se em alguns países isto funciona temos que ter em mente que temos uma cultura bem diferente.

Achei importante este seu post e algumas de suas considerações. Mais é preciso aprofundar mais este debate e conhecer a realidade dos usuários de drogas no Brasil.










Acredito que existem vários perfis de usuários de drogas

Anônimo disse...

Que bom, agora o ex Secretário de Assistência Social vai poder voltar pro Rio e cuidar dessas coisinhas, afinal ele adora uma coisinha.
Obrigado Custódio por esse presente, a cidade sabe que ele "foi saído", afinal foi muita bobagem feita em muito pouco tempo....tantas pessoas ficaram doentes, tantos serviços sucateados, isso ninguém jamais vai esquecer. Um pesadelo importado.