A DOAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO TUPI

Há muito tempo não falo e não comento sobre o nosso querido Galo. Considero que dei minha contribuição para o clube, ao não deixar que acabassem com seu futebol profissional, tirando-o da segunda divisão, colocando-o entre os quatro melhores clubes de Minas. Foram dias maravilhosos, com a cidade vivendo um clima de alegria inacreditável. Orgulho-me de tudo isso.
Depois de minha fase, foi dada continuidade a esse trabalho, e os patrocinadores que consegui continuaram a prestigiar o clube. Mas os sócios sumiram, e a sede quase nunca frequentada. Verdadeiro elefante branco.

Minha ideia sempre foi fazer a fusão dos três clubes de futebol da cidade. Fazer um grande clube, que investiria em dois esportes: futebol e vôlei. Um novo clube, capitalizado, frequentado por um exército de atletas. Já tinha até mesmo um nome: TUPYS SPORT CLUBE.
Tentei levar o projeto à frente. O Baeta topava. O Sport estava aberto para conversar. O Tupi, com nova diretoria, eliminou, de pronto, a possibilidade, depois de eleito seu novo presidente, quando havíamos feito um acordo tácito para a criação desse grande clube. Mas preferiram se aliar ao prefeito Carlos Alberto Bejani.

Nesse caso, tirei meu time de campo, já sabendo e entendendo que o negócio não era entrar em campo. Era vender o campo...

Essa direção, desde sua posse, tem um só objetivo: vender a sede para um empresário local, em operação totalmente prejudicial ao clube. Sobretudo agora, com o novo plano de refinanciamento fiscal - REFIS , o Tupi equacionou seu passivo fiscal. Vou repetir: com o novo REFIS o Tupi solucionou seu endividamento. Praticamente, não tem mais problemas de passivo fiscal
Explico: o novo pacote de refinanciamento fiscal permite que o Tupi pague toda a sua dívida fiscal em 180 meses! Em outras palavras, como o clube deve (dizem) aproximadamente R$ 2 milhões, isso significaria uma parcela de cerca de R$ 11 mil/mês. É óbvio que o clube pode arcar com esse valor mensal.

No entanto, com uma diretoria formada por um presidente e um diretor, não dá satisfação de seus atos, e como também não tem quem cobre, executaram o grande planejamento para o Tupi, que segundo os dois, presidente e diretor, resolve o problema estrutural da dívida: a doação da sede, no centro, para um empresário de Juiz de Fora.

A diretoria (duas pessoas) se recusa a dizer o nome do comprador. Como se trata de uma entidade privada, a doação pode ser concretizada. Salvo se a procuradoria do INSS e a Receita Federal entrarem nessa operação, impedindo sua realização, no meu entender, totalmente ilegal.
Segundo se comenta, a operação de doação se passa da seguinte forma: o comprador pagaria até "X" milhões de dívidas. Sendo a maior dívida com o fisco, esse comprador, poderá, em tese, pagar em até 15 anos a área, que está sendo, portanto, doada e não vendida. Nessas condições qualquer um compraria, e compra. Mas o comprador, pelo visto, tem de ser um só, e que todos nós já imaginamos quem seja.

Mas vamos esperar, pois escritura é pública e, mais cedo ou mais tarde, todos nós vamos saber a quem foi doada a sede do Tupi.

Pobre cidade.